Como Cultivar

Introdução

Alimentos saudáveis, frescor, aroma, bem-estar e bom exemplo. Este é um guia básico para aqueles que buscam conhecer todos os benefícios de cultivar uma horta em casa.

Ao instalar uma horta, as pessoas melhoram a alimentação e recuperam o prazer de produzir seus próprios alimentos, além de ter uma atividade física e de lazer.

Para hortas e produções comerciais recomendamos a consulta a um Técnico ou Engenheiro Agrônomo.

Para cultivos profissionais, consulte também o Canal do Horticultor

Escolha do Local

O principal fator a ser considerado na escolha de onde colocar sua horta é a incidência de sol. Sem sol as plantas não conseguem se desenvolver.

Algumas precisam de mais sol, outras de menos, mas todas precisam. 

Como regra geral, as plantas de uma horta devem estar expostas ao sol por pelo menos 3 horas ao dia, portanto, escolha um local adequado. Esta condição é a mais importante para você fazer a sua horta.

Se você já tem um espaço que incida a quantidade de sol recomendada, faça logo a sua horta!Se a intenção for o plantio de plantas ornamentais é preciso atender a necessidade de sol de cada uma. Existem plantas que somente com luz indireta são capazes de se desenvolverem bem, e talvez possam ficar até dentro de casa. Elas pertencem à categoria das folhagens e plantas de meia sombra.

Para o desenvolvimento das suas plantas, além do sol, outro fator a ser considerado é a incidência de ventos fortes. Além dos danos físicos, também provoca muito desperdício de energia por parte da planta. A planta transpira mais e tende a desidratar, queimando as bordas das folhas.

Por outro lado, um pouco de vento sempre é recomendável, pois ajuda a baixar a temperatura em dias muito quentes e não deixa formar microclima favorável ao desenvolvimento de doenças.

Outro aspecto que deve ser pensado na hora de escolher o local da sua horta é a proximidade de água. Procure optar por locais com ponto de água, para que sempre seja fácil e confortável 'chuveirar' as plantas.

Clima e época do Plantio

Três fatores climáticos são muito importantes para a produção de hortaliças: a temperatura, a umidade e a luminosidade. Estes fatores influenciam no ciclo, qualidade e produtividade das plantas. A maioria das hortaliças é prejudicada pelo excesso de calor e chuvas em demasia. Possuem um melhor desempenho em condições de temperatura amena, com médias entre 18ºC a 22ºC. Algumas hortaliças preferem temperaturas mais elevadas, e um grupo menor exige frio para produzir.

O Brasil possui uma grande diversidade climática, possibilitando, assim, a produção de hortaliças de qualidade durante todo o ano. A Região Sul possui um regime pluviométrico satisfatório, chove quase durante todo o ano, o verão é quente e o inverno é rigoroso, com ocorrências de geadas, porém nas estações do outono e primavera ocorrem temperaturas mais amenas, favoráveis ao cultivo de hortaliças.

Em grande parte do Nordeste as temperaturas são elevadas durante quase todo o ano, com chuvas concentradas em poucos meses, porém existem microrregiões com altitudes próximas ou superiores a 800m que apresentam temperaturas amenas, principalmente nos meses de abril a julho, que possibilitam a produção de hortaliças que exigem este clima. Já no restante do ano a região é favorável à produção de hortaliças tipicamente de verão.

Na maior parte da região Sudeste e Centro-Oeste, o clima se caracteriza por um período quente e úmido e outro período ameno e seco. Existem hortaliças mais adaptadas ao período ameno e seco e outras mais adaptadas ao período quente e úmido.

Na região Norte é grande o desafio para a produção de hortaliças. De maneira geral, possui altas temperaturas e muita umidade durante quase todo o ano, possibilitando assim somente a produção de hortaliças mais rústicas.

Algumas espécies que necessitam de temperaturas amenas podem ser plantadas em épocas mais quentes, desde que se escolha uma cultivar adaptada. São chamadas cultivares de verão, como no caso da alface, repolho, couve-flor e cenoura.

Uma alternativa é o Cultivo Protegido, no verão se utiliza principalmente o sombrite para redução da temperatura, luminosidade e proteção contra chuvas, no inverno se usa principalmente plástico de estufas para o aumento da temperatura e proteção contra geadas. Estes materiais podem ser utilizados na sua casa improvisando proteções às suas hortas. 

Preparo do Solo

O solo ideal para plantio de ervas aromáticas ou hortaliças deve ser leve, bem drenado e arejado, para favorecer a circulação de ar e de água, essenciais para o bom desenvolvimento das plantas.

Se for plantar fora do solo, ou seja, em recipientes, utilize substratos para plantas. Existe uma série de substratos comerciais, prontos para o plantio, com misturas específicas para cada tipo de planta. Para hortas domésticas é possível preparar um substrato funcional maioria das plantas, seguindo a mistura:

1/3 parte de terra comum - A terra é a parte responsável pela sustentação da planta e retenção de umidade nos seus microporos. É facilmente encontrada em qualquer floricultura, agropecuária ou supermercado.

1/3 parte de húmus de minhoca - Esta parte é muito importante na composição, pois é ela a responsável pelo fornecimento dos nutrientes necessários ao bom desenvolvimento das plantas. Pode-se também utilizar uma mistura de húmus de minhoca e esterco de galinhas curtido.

1/3 parte de areia - Esta parte é responsável por deixar o solo permeável, arejado, fofo, favorecendo o desenvolvimento das raízes e a retenção de oxigênio nos seus macroporos. Esta areia é do tipo comum, proveniente de riachos e usadas em construção, prefira as mais grossas.

Esta mistura acima é recomendada para a maioria das plantas, com equilíbrio entre folhas, flores e frutos.

Para maiores informações entre no capítulo adubação. Clique aqui e baixe o pdf, você verá uma publicação feita pela EMBRAPA hortaliças em parceria com o SEBRAE, um trabalho completo, profissional, feito pelos melhores agrônomos especialistas do Brasil.

O que Plantar?

Hortaliças

As hortaliças constituem um grande grupo de plantas alimentares que se caracterizam pelo alto valor nutritivo – principalmente porque contêm vitaminas, sabor delicado, porte pequeno e crescimento rápido.

Tradicionalmente chama-se 'hortaliça' toda planta de pequeno porte, cultivada em uma horta ou pequeno espaço.

Apesar de que, atualmente, algumas hortaliças são cultivadas em grandes áreas, de forma extensiva, como é o caso da cenoura, batata, cebola, tomate para processamento, entre outras.

É característica das hortaliças ter uma ou mais partes da planta utilizadas como alimento na sua forma natural. O produto será designado:

Verdura: cujas partes comestíveis são verdes – folhas (ex.: alface), flores (ex.: brócolis) ou hastes (ex.: alho-porró);

Legumes: frutos das leguminosas. Entre as espécies estão ervilha, grão de bico, fava, feijões de vagem, entre outras.

Raízes e Tubérculos: cujas partes comestíveis são subterrâneas (ex.: cenoura e batata).

Hortaliças Condimentares - Ervas e temperos

As hortaliças condimentares são aquelas utilizadas para melhorar o sabor, o aroma ou a aparência dos alimentos. É um grupo muito grande de plantas e inclui hortaliças muito populares, como a salsa, o coentro, a cebolinha, o orégano e o manjericão, entre outras.

As Ervas e Temperos transformam positivamente os alimentos e algumas combinações parecem ter sido planejadas pela natureza: manjericão com tomates, estragão com frango, tomilho e alecrim com borrego (cordeiro), oréganos com queijos e ovos.

Todavia, as combinações não são obrigatórias. Na cozinha, o que é excitante é o fato de haver sempre um grande espaço para novas experiências e a possibilidade de misturas de sabores bem sucedidas.

Nada se compara a fragrância das ervas frescas em saladas ou espalhadas sobre legumes cozidos, e as que têm folhas de belos formatos são excelentes para enfeitar um prato ou decorá-lo.

Conheça diferentes formas de incluir os temperos na horta e na alimentação clicando aqui.  

Flores e Ornamentais

São todas as plantas cultivadas por sua beleza. São muito usadas como objetos de decoração, na arquitetura de interiores e paisagismo.

As plantas ornamentais são cultivadas desde os primórdios. As espécies ornamentais foram sendo selecionadas pelos humanos a partir de caracteres visualmente atraentes, através de suas inflorescências vistosas, coloridas e perfumadas, folhagem de cores, texturas distintas, formato do caule, ou por seu aspecto geral.

Plantio

Para iniciar o plantio com sementes devemos observar uma regra geral: não enterrar mais do que 3 vezes o tamanho da semente sob o solo, ou seja, sementes maiores vão mais profundas e menores mais rasas.

Após colocar as sementes no solo, deve cobri-las bem com terra peneirada, sem torrões para não afetar a germinação.

Depois, deve molhar cuidadosamente o solo, para dar início ao processo de germinação.

Para germinarem, as sementes absorvem a água e começam a inchar para então emitir o broto e o sistema radicular (plântula). Essa é a fase mais sensível na vida da planta.

Nessa etapa, a horta deve ser regada superficialmente sobre o solo, de preferência em forma de névoa e pequenas gotas, para não prejudicar as plântulas. Essas devem ser regadas todos os dias para o bom desenvolvimento inicial.

As regas superficiais devem continuar até as plântulas desenvolverem um bom sistema radicular e então começarem a absorver a umidade do solo via sistema de irrigação.

No processo de semeadura é comum se colocar excesso de sementes por área, se for esse o caso, pode ser feito o raleio, ou seja, retirar o excesso de plantas e deixar somente as mais vigorosas.

DICA

Recomendamos sempre que se faça a semeadura em sementeiras, potinhos ou similares. Quando as plantas estiverem bonitas e saudáveis será feito o transplante das mais viçosas para a horta, ganhando tempo e garantindo a qualidade.

Após o transplante, as plantas devem ser bem regadas, superficialmente, por pelo menos uma semana. Após este período as raízes já se adaptaram ao novo solo.

Importante salientar que cada espécie tem sua época e tempo de germinação. Portanto, quando for comprar sementes, fique atento ao modo de plantio indicado.

Adubação

Além do sol e da água, o outro elemento fundamental para as plantas viverem bem são os nutrientes. Geralmente eles são absorvidos pela planta diretamente do solo. Porém, para garantirmos plantas saudáveis e viçosas é sempre importante complementarmos com adubação. 

A mesma pode ser feita através da adubação orgânica ou com produtos compostos como os adubos Organominerais da ISLA.

Conheça na tabela abaixo os principais nutrientes e suas funções:

Adubação Orgânica

Também podemos encontrar os macronutrientes (nitrogênio, fósforo e potássio) em versões orgânicas. O nitrogênio pode ser encontrado em estercos (aves, gado, curral, etc.) e também na torta de mamona. O fósforo tem concentração na farinha de ossos calcinada e farinha de peixe, e o potássio nas cinzas de madeira, carvão vegetal e derivados da casca do coco (fibra, substrato, pó).

Os adubos orgânicos são compostos por derivados ou subprodutos agropecuários. Os adubos orgânicos são liberados lentamente, mas em compensação têm uma ação prolongada. O adubo orgânico favorece a formação e estruturação da biota da zona radicular. 

A adubação orgânica pode ser feita, por exemplo, a cada dois meses. O adubo deve ser colocado ao redor da planta próximo a borda do vaso. O adubo orgânico também pode ser encontrado em forma de pastilhas ou líquidos (mais práticos). Em todos os casos citados, devem ser seguidas as instruções de uso dadas pelo fabricante.

Para se utilizar bem este tipo de informação, deve-se sempre recorrer as funções dos nutrientes. Por exemplo, uma planta que apresenta uma baixa floração, deve receber um adubo com uma porcentagem mais alta de fósforo, como a farinha de ossos calcinada. Ou uma planta com pouco crescimento, poucas folhas e amarelada, deve receber um adubo com mais nitrogênio, como a torta de mamona. Normalmente encontramos recomendações da aplicação dos dois produtos (2 partes de torta de mamona para 1 parte de farinha de ossos) visando um fornecimento mais completo de nutrientes para as plantas. Importante: Não misture os dois produtos (farinha de ossos e torta de mamona), juntos podem se tornar tóxicos. É importante saber que a fertilização correta torna a planta saudável e mais resistente a pragas e doenças. Tenha isso em mente.

Estercos frescos

Os estercos frescos podem conter microorganismos causadores de doenças no homem. Não devem ser utilizados no cultivo de hortaliças, pois podem contaminar as partes comestíveis das plantas. Este problema pode ser resolvido com o curtimento, que é o envelhecimento do esterco sob condições naturais, não controladas. Deve-se deixar o monte de esterco “envelhecer” em local coberto ou protegido com um plástico ou uma lona contra chuvas, cujas águas lavam o esterco removendo os nutrientes. Para ficar pronto leva em torno de 90 dias, dependendo das condições ambientais. O esterco curtido é uma massa escura com aspecto gorduroso, odor agradável de terra - nenhum mau cheiro.

Composto orgânico

O composto orgânico é o produto final da decomposição aeróbia (na presença de ar) de resíduos vegetais e animais. A compostagem permite a reciclagem desses resíduos e sua desinfecção contra pragas, doenças, plantas espontâneas e compostos indesejáveis. O composto orgânico atua como condicionador e melhorador das propriedades físicas, físico-químicas e biológicas do solo, fornece nutrientes, favorece um rápido enraizamento e aumenta a resistência das plantas.

Biofertilizante

É o material líquido resultante da fermentação de estercos, adicionado ou não de outros resíduos orgânicos e nutrientes, em água. O processo de fermentação pode ser aeróbio (na presença de ar) ou anaeróbio (na ausência de ar). Podem ser aplicados via foliar, diluídos em água na proporção de 2 a 5%, ou no solo, via gotejamento. 

Adubação Composta - Organomineral

Os adubos compostos reúnem algumas vantagens, agem imediatamente, recuperando plantas fracas com facilidade e podem ter todos os elementos bem balanceados, inclusive com fórmulas especiais para cada tipo de planta. É importante observar que eles devem ser aplicados rigorosamente de acordo com as instruções dos fabricantes, porque excessos podem prejudicar as plantas.

Cada planta tem um ritmo de crescimento próprio e precisa ser adubada com determinada frequência. Por exemplo; algumas plantas de rápido crescimento, como os gerânios, podem ser adubadas até uma vez por semana no período de crescimento. Já outras, como os cactos e as suculentas, não precisam mais de uma ou duas aplicações por ano.

O ideal é saber a dosagem e a frequência que cada espécie precisa, e prestar atenção aos sinais de adubação excessiva: crescimento exagerado das hastes, limo esverdeado na superfície do vaso, folhas com pontas amarronzadas. Se você notar esses sintomas, suspenda a adubação.

O Adubo Organomineral ISLA é um alimento completo e equilibrado com base orgânica para todos os tipos de plantas. De fácil absorção por folhas e raízes, regula e protege o metabolismo vegetal contra deficiências nutricionais, agindo no desenvolvimento vegetativo, na floração e na frutificação. 

Para hortas e produções comerciais antes da adubação recomendamos que seja realizada uma análise de solo e a consulta a um Técnico ou Engenheiro Agrônomo

PH do Solo

 O pH do solo serve para avaliar as condições de um solo: ácido, neutro ou alcalino. A escala de pH vai do 0 ao 14, sendo 7 a neutralidade, abaixo de 7 a acidez e acima de 7 a alcalinidade. A faixa ideal de pH para o desenvolvimento das plantas é de 6,0 a 6,5. Os solos ácidos apresentam problemas para a agricultura porque as plantas não desenvolvem bem nestas condições de acidez. A disponibilidade de nutrientes é muito pequena para as plantas e a produtividade das lavouras se torna muito baixa.

Nos solos ácidos - pH abaixo de 5,5, alguns nutrientes essenciais às plantas ficam "indisponíveis", ou seja, as plantas não conseguem absorvê-los, prejudicando o crescimento e a produção. Para se elevar o Ph do solo é utilizado calcário. Por outro lado, solos muito básicos, pH acima de 8, outros nutrientes começam a ficar indisponíveis, prejudicando também o crescimento e a produção, por isso não use calcário em excesso. Para saber o pH do solo precisa coletar uma amostra do solo e levar a um laboratório de análise de solos. Em hortas amadoras se utiliza substratos prontos, ensacados, que geralmente já vem com o pH corrigido, ou usa-se o calcário em pequenas doses para uma correção aproximada.

Calagem

Recomendação feita por técnico responsável, após verificação de necessidade, em laudos de solo. Para se corrigir os solos - normalmente ácidos, utiliza-se em torno de 1 copo de calário dolomítico por metro quadrado de solo, uma vez por ano. O calcário deve ser bem incorporado na camada de 15cm de profundidade do solo. Este calcário começará a fazer efeito somente após 40 a 50 dias da sua aplicação, mas isto não impede que se realize o plantio nestas áreas. Obs.: esta é uma recomendação "às cegas", que geralmente beneficia os solos.

Irrigação

Este é o item mais importante na manutenção de hortas e o que demanda mais dedicação do hortelão. Assim como para os seres humanos, a água é um dos elementos fundamentais para a saúde das plantas.

Entre as diferentes categorias de plantas, as hortaliças são as que mais demandam água, devido às características botânicas: ciclo curto, sistema radicular superficial e composição dos tecidos.

De modo geral, as hortaliças folhosas (acelga, agrião, alface, almeirão, cebolinha, chicória e rúcula), o alho, a cebola, a cenoura e o morango estão entre as hortaliças que exigem maior disponibilidade de água para se desenvolverem. Já temperos de folhas finas como alecrim, lavanda e tomilho, assim como outras plantas típicas de ambientes secos, como a rosa do deserto, podem ser regadas com menor frequência, já que "tomam menos água".

Podem ser feitas regas diárias ou conforme a necessidade hídrica de cada cultivo e contexto local. Folhas murchas e solo ou substrato seco indicam o momento de irrigar, pela avaliação da aparência visual da planta e do teor de umidade do solo.

Entre as formas de irrigação disponíveis atualmente, o gotejo é a mais eficiente, pois permite a rega ao pé da planta e contribui para evitar desperdícios de água.

Este é o item mais importante na manutenção de hortas e o que demanda mais dedicação do hortelão. Pois assim como nos seres humanos a água é um dos elementos fundamentais para a saúde das plantas. Especialmente as hortaliças que são exigentes em água, por serem, em geral, plantas tenras, com mais de 90% de água na constituição das partes comestíveis (folhas, frutos, tubérculos e raízes); apresentarem ciclo curto; e possuírem sistema radicular superficial. De modo geral, as hortaliças folhosas – como acelga, agrião, alface, almeirão, cebolinha, chicória e rúcula –, o alho, a cebola,a cenoura e o morango estão entre as hortaliças que exigem maior disponibilidade de água no solo para se desenvolverem. Assim, em geral, as plantas necessitam de regas diárias. Sendo o método mais simples para determinar o momento de irrigar a avaliação da aparência visual da planta e do teor de umidade do solo. 

Plantas Companheiras

A tabela a seguir apresenta uma lista com as plantas beneficiadas, suas companheiras e antagônicas.

Ervas Daninhas

São plantas que nascem espontaneamente e em momentos e locais indesejados, podendo interferir negativamente na produção de outras plantas.

Exemplo: A planta de hortelã. Apesar de ser uma ótima erva aromática, acaba sendo considerada uma erva daninha, por ter crescimento estolonífero.

Em geral, a erva daninha é conhecida com diferentes sinônimos, que podem ter significado negativo: planta daninha, planta invasora, inço, mato. As ervas daninhas crescem rapidamente. Se crescerem mais de 5cm de altura, estarão “roubando” das plantas uma grande quantidade de energia e fertilidade do solo.

Se o local escolhido para a horta já estiver infestado de inços, seu trabalho de limpeza será bem maior porque seguidamente as ervas daninhas vão aparecer e somente depois de várias limpezas você conseguirá manter a sua horta livre destas plantas indesejadas.

O recomendado é utilizar substratos próprios para hortas, facilmente encontrados em lojas de jardinagem, supermercados, floriculturas e agropecuárias. Recomendamos não usar produtos químicos para controle das ervas.

Pragas

Insetos pragas são todos aqueles que trazem prejuízos às nossas plantas, seja pelo consumo direto das plantas, (raízes, caules, folhas, flores ou frutos) ou pela transmissão de doenças. Estes indivíduos são altamente adaptáveis e muito prolíferos. 

Os insetos são invertebrados com exoesqueleto quitinoso, corpo dividido em três segmentos (cabeça, tórax e abdómen), três pares de patas articuladas, olhos compostos e duas antenas. Seu nome vem do latim insectum. Pertencem à classe Insecta do filo Arthropoda e a ciência que se dedica a estudar os insetos é conhecida como Entomologia.

Conheça alguns inseto-praga:

LAGARTAS – Perfuram as folhas das hortaliças para se alimentar. As mais agressivas como a lagarta mandarová, quando aparecem na horta, destroem completamente a folhagem.

Há outras como a lagarta-rosca que cortam o caule das mudinhas, que quando atacadas nesta forma ficam impedidas de crescer.

Outras lagartas conhecidas como “brocas” perfuram e penetram em frutos como tomate, berinjela, pepino e abobrinha. Uma vez que as brocas penetram nos frutos ficam difíceis de serem controladas e os frutos atacados ficam inutilizados.

MINADORES – São pequenas lagartas ou larvas de moscas (cerca de 1cm de comprimento) que abrem canais (minas) nas folhas, que quando muito atacadas secam e caem.

VAQUINHAS – São pequenos besouros (cerca de 8mm de comprimento) cujos adultos atacam as folhas, perfurando-as, e cujas larvas atacam as raízes das hortaliças.

As mais comuns em hortas apresentam coloração verde e amarela, sendo chamadas de “vaquinhas patriotas”, fáceis de serem reconhecidas.

Podem aparecer nas hortas vaquinhas de outras espécies, com coloração diferente.

FORMIGAS – Cortam as folhas das hortaliças e carregam esses pedaços para os seus ninhos.

GAFANHOTOS – São devoradores vorazes de plantas. Quando aparecem em grande número, podem destruir completamente a horta.

PULGÕES – São pequenos insetos (cerca de 3 mm de comprimento) que se alimentam sugando a seiva das plantas. São capazes de se multiplicar com bastante rapidez.

Os pulgões secretam substâncias açucaradas que atraem formigas e favorecem o desenvolvimento de fungos que cobrem a superfície das plantas, dificultando a respiração e a fotossíntese do vegetal.

Alguns podem transmitir doenças às plantas.

PERCEVEJOS – Também são insetos sugadores. Como exalam mau cheiro, são conhecidos também como “marias-fedidas”.

MOSCAS BRANCAS – Pequenos insetos (cerca de 3mm de comprimento) sugadores. Os adultos se assemelham a moscas e são encontradas pousadas em grande número na face inferior das folhas.

As formas imaturas apresentam corpo transparente e são difíceis de serem notadas. Podem transmitir doenças às plantas. Também secretam substâncias açucaradas que atraem formigas.

TRIPES – São insetos muito pequenos (cerca de 3mm de comprimento) de coloração preta ou amarela, que vivem escondidos nas flores e brotações e por isso são difíceis de serem observados. Podem transmitir doenças às plantas.

COCHONILHAS - São pequenos insetos (cerca de 5mm de comprimento), cujas fêmeas são encontradas fixadas sobre folhas, caules e raízes e tem o corpo protegido por escamas.

Há espécies em que as fêmeas são móveis e não são recobertas por escamas. Os machos são voadores. Secretam substâncias açucaradas que atraem formigas.

ÁCAROS – Pertencem à mesma classe das aranhas e são muito pequenos, só observamos com uso de lupas.

Alimentam-se sugando as plantas. Algumas espécies são percebidas por construírem teias como as aranhas. Além de sugarem as plantas podem transmitir-lhes doenças.

LESMAS E CARAMUJOS – Atacam as partes tenras das hortaliças. 

O que é um Inseto Amigo - predadores ou inimigos naturais

São insetos que nos ajudam a combater os insetos pragas. Estes insetos são predadores dos insetos pragas e por isto é de vital importância que você os conheça para evitar que você pense em combatê-los, afinal, eles não causam nenhum mal às suas plantas e ainda lhe ajudam a afastar os insetos pragas. Os inimigos naturais mais conhecidos são os predadores, como as joaninhas, louva-deus, aranhas, bichos lixeiros e vespas, que se alimentam de inúmeros indivíduos de uma determinada espécie de praga. Os parasitóides, em sua maioria, são vespas diminutas que se desenvolvem no interior ou sobre o corpo da praga.

Doenças

Doenças de plantas são causadas por patógenos, sejam eles fungos, bactérias, vírus e nematóides. Estas enfermidades diminuem o potencial produtivo das plantas, podendo levá-las à morte. 

As doenças fúngicas são as de maior número e geralmente mais destrutivas, entretanto, podem ser mais fáceis de controlar. Estas doenças podem provocar desde danos leves até perdas muito grandes, dependendo do patógeno envolvido, do nível de resistência da planta, das condições ambientais, do tipo de manejo dado à cultura e mesmo da eficácia das medidas de controle empregadas.

Como Combater

Em primeiro lugar é importante enfatizar que plantas bem nutridas, com irrigação adequada e com exposição ao sol na medida certa, dificilmente será um hospedeiro suscetível às doenças. Este é o ponto mais importante para um produtor de uma pequena horta.

Em segundo lugar, para manter nossas plantas sadias, devemos eliminar todas as folhas que apresentarem sintomas de doenças. Devemos cortá-las e retirá-las do local.

Se deixarmos sobre o solo elas poderão continuar a transmitir a doença. Na dúvida, elimine todas as folhas com mal aspecto, deixe sua planta sempre bonita e saudável.

Métodos de controle de pragas

Legislativos - Fiscalização do comércio de defensivos, decretos, leis e portarias.

Mecânicos e físicos - Uso de armadilhas, catação manual, barreiras, irrigação por inundação, drenagem, tratamento com calor, solarização do solo, etc.

Culturais - Rotação de culturas, escarificação, irrigação, calagem e adubação.

Biológicos - São exercidos pelos inimigos naturais que controlam insetos, bactérias, fungos, etc. As joaninhas se alimentam dos ovos das lagartas e também dos pulgões.

Químicos - lnseticidas (por contato ou sistêmicos), esterilizantes atraentes (feromônios).

Alternativos e naturais - Não-tóxicos (calda bordalesa, sabão, óleo mineral, calda viçosa, extrato pirolenhoso, óleo de Neem, etc.), plantas defensivas (arruda, cavalinha, tagetes).

Os defensivos são formulados e fabricados para eliminar insetos, fungos, pragas e outras moléstias que afetam nosso jardim; mas, também, podem prejudicar a saúde de animais domésticos e de seres humanos. De acordo com o grau de toxidade, os agrotóxicos são classificados em 4 grupos.

É recomendável o uso de recursos e métodos naturais para evitar envenenamentos, seja por contato ou pelas vias respiratórias, pois, se este for o caso, o nível de absorção beira os 100%, trazendo gravíssimas consequências para a saúde.

Caso a praga seja persistente - e só nesse caso, deverá ser procurado um defensivo enquadrado nas classes III ou IV, pois eles oferecem um risco menor.

A receita do defensivo deve ser expedida por um agrônomo responsável; o produto deverá ter registro nos Ministério da Saúde e da Agricultura, que são os órgãos que autorizam o uso do defensivo para o combate das doenças e/ou pragas nas culturas indicadas na embalagem.

Esses produtos podem agir por contato, atingindo o sistema nervoso do inseto, ou podem ser sistêmicos, circulando junto com a seiva e envenenando sugadores, como cochonilhas e pulgões.

No momento de aplicar, vista roupa com mangas compridas, luvas impermeáveis, preferivelmente de borracha, um chapéu de abas largas para proteger a cabeça e o rosto; use também máscara de segurança e óculos de proteção.

Após a pulverização, tome banho e lave, em separado, as roupas e acessórios utilizados.

Em caso de envenenamentos, consulte o Centro de Controle de lntoxicações da sua cidade.

Colheita

A hora da colheita será quando as folhas externas já estiverem num tamanho próprio para o consumo, ou seja, você colherá somente as folhas externas dos pés de alface, sem cortar o pé. Desta forma, todo dia você fará colheita de folhas de alface somente na medida que precisar para seu consumo.

No caso de ervas aromáticas ou medicinais, você deve sempre estar colhendo galhos e folhas a medida que vão se desenvolvendo. Esses cortes estimulam novas brotações.

E nunca esqueça que algumas ervas podem ser secas e guardadas e outras podem ser congeladas para uma emergência.

A colheita de um modo geral, inicia-se quando as plantas atingem a sua maturidade. A partir deste ponto ela estará com seu sistema radicular bem desenvolvido, fazendo com que reponham rapidamente novas brotações.

Minhocário

Para quem não sabe, um minhocário (ou composteira) é uma fazenda de minhocas que ajuda a reciclar os restos de comida e transformar o substrato em húmus, um composto muito rico que pode ser usado como biofertilizante em hortas e jardins.

Minhocário doméstico: O grande benefício do minhocário, além do húmus, é permitir conhecer as nossas rotinas em relação aos alimentos, principalmente sobre o que estraga na geladeira.

Quando identificamos a quantidade de lixo que geramos, passamos a ser mais criteriosos, tanto para comprar quanto para usar, reduzindo o desperdício dos alimentos.

Benefícios na utilização do húmus de minhocas:

  • Fertilizante natural, poderoso para todas as plantas, que crescem vigorosas e mais rapidamente;
  • Antecipa e aumenta a florada e a frutificação;
  • Equilibra o pH;
  • Com uma umidade de 40 a 45%, o húmus garante a sobrevivência das minhocas e dos casulos;
  • Agrega as partículas do solo, proporcionando maior liga e tornando o solo mais resistente à ação dos ventos e das chuvas;
  • Desagrega solos argilosos e agrega os arenosos;
  • Retém a água, diminuindo substancialmente os efeitos da seca;
  • Pode ser empregado em contato direto com as raízes e os brotos mais delicados, sem perigo de queimá-los, pois é um produto estável;
  • Promove elevação do nível de cálcio, fazendo a correção do solo;
  • Corrige a toxidez do solo em até 70%;
  • Atuação permanente, duradoura e imediata após sua utilização;
  • Retém melhor seus elementos, liberando-os dosadamente, tornando a adubação mais eficaz e duradoura;

Em relação à uma camada de solo fértil, o húmus apresenta 5 vezes mais Nitrogênio, 2 vezes mais Cálcio, 4 vezes mais Magnésio, 7 vezes mais Fósforo e 11 vezes mais Potássio.

Para os interessados em se aprofundar no assunto, recomendamos os sites abaixo:

Ainda tem dúvidas?

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